Ministério
Público Federal oferece denúncia contra professor universitário
José Cloves Verde Saraiva vai responder ainda por xenofobia e
injúria racial contra o aluno nigeriano Nuhu Ayuba, do curso de Engenharia
Química.
SÃO LUÍS - O Ministério Público Federal
(MPF/MA) denunciou o professor de Cálculo Vetorial e Geometria Analítica da
Universidade Federal do Maranhão (Ufma), José Cloves Verde Saraiva, pelos
crimes de racismo, xenofobia e injúria racial cometidos contra o estudante
nigeriano Nuhu Ayuba, no início de 2011.
Segundo os relatos
de testemunhas dos fatos, todos alunos do denunciado, ouvidas pela Polícia
Federal, o professor José Cloves Verde Saraiva fez diversas ofensas ao aluno
dentro de sala de aula, o que teria prejudicado o desempenho do mesmo. O
professor se referiu ao estudante, inúmeras vezes, de maneira ofensiva,
inclusive afirmando que o universitário deveria “clarear a sua pele” e “voltar
para a África em navio negreiro”.
O procurador da
República, Israel Gonçalves Santos Silva, afirmou que “é inaceitável qualquer
prática racista ou preconceituosa, principalmente a lançada no seio de um
ambiente acadêmico, que deveria prezar pelo acolhimento da mais ampla
diversidade sociocultural e etnicorracial, dada à pluralidade dos cidadãos que
compõem o povo brasileiro", concluiu.
Diante da situação,
o MPF requer que o professor José Cloves Verde Saraiva responda criminalmente
pelos crimes de racismo, xenofobia e injúria racial. Se condenado por todos os
crimes a pena pode chegar a 15 anos de reclusão, além do pagamento de multa
indenizatória.
O MPF também está
movendo uma ação de improbidade contra o professor. Para o procurador da
república Israel Gonçalves, autor das ações, o professor Clóvis Saraiva incidiu
também em ato de improbidade administrativa, uma vez que, descumpriu o dever de
não discriminar, ofendendo, pois, princípios básicos da administração pública,
como da legalidade, impessoalidade e moralidade, e, ainda em desacordo com os
princípios que regem o ensino público federal e o exercício do magistério. Se
for condenado, perderá o cargo público e os direitos políticos por 5 anos.
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